Enviado dos EUA se reunirá com Zelensky e líderes europeus em Berlim
O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, se reunirá neste fim de semana com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, e outros líderes europeus em Berlim, enquanto Washington pressiona por um acordo para encerrar a guerra com a Rússia.
Antes da reunião, Zelensky alertou neste sábado (13) que a Rússia "continua determinada a destruir" a Ucrânia, depois que Kiev alegou que ataques russos "massivos" contra instalações de energia durante a noite deixaram milhares de pessoas sem luz em todo o país.
Moscou alegou ter atingido instalações ucranianas com mísseis balísticos hipersônicos em retaliação aos ataques ucranianos.
"É importante que o mundo inteiro veja agora o que a Rússia está fazendo, cada passo que dão para aterrorizar nosso povo (...) porque está claro que não se trata de acabar com a guerra. Eles continuam visando destruir o nosso Estado e infligir o máximo de dor ao nosso povo", declarou o presidente ucraniano no X.
Uma mulher de 80 anos morreu quando um projétil russo atingiu um prédio residencial na região de Sumy, no noroeste da Ucrânia, segundo o governador regional.
Na região central da Rússia, duas pessoas morreram neste sábado em um ataque de drones ucranianos contra um prédio residencial em Saratov, disseram as autoridades.
O presidente americano, Donald Trump, apresentou um plano de paz no mês passado que foi criticado por favorecer as principais exigências de Moscou, incluindo a cessão de territórios cruciais pela Ucrânia.
O magnata intensificou a pressão sobre Kiev para que chegue a um acordo, enquanto autoridades ucranianas afirmam ter enviado a Washington um plano atualizado baseado na proposta original de 28 pontos.
- Adesão rápida à UE -
Um funcionário da Casa Branca confirmou à AFP na sexta-feira que Witkoff se reuniria com Zelensky e líderes europeus no fim de semana para discutir o andamento das negociações de paz.
O governo alemão havia anunciado que receberia os líderes, incluindo os chefes da União Europeia (UE) e da Otan, na segunda-feira, poucas horas depois de Zelensky participar de um fórum empresarial alemão-ucraniano com o chanceler Friedrich Merz.
Na sexta-feira, surgiu a informação de que a ideia de uma rápida adesão da Ucrânia à UE agora está incluída na versão mais recente do plano dos EUA para encerrar a guerra, que começou com a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Europeus e ucranianos também exigem "garantias de segurança" dos americanos antes de quaisquer negociações territoriais no leste da Ucrânia, região ocupada por tropas russas, afirmou a Presidência francesa na sexta-feira.
Segundo a versão mais recente do plano dos EUA, a adesão de Kiev à UE ocorreria a partir de janeiro de 2027, disse à AFP uma fonte familiarizada com o assunto, sob condição de anonimato.
O processo de adesão ao bloco normalmente leva anos e exige o voto unânime de seus 27 membros. Alguns países, como a Hungria, têm se oposto consistentemente à adesão da ex-república soviética.
Trump tem a influência necessária para convencer os líderes que se opõem à adesão da Ucrânia a mudarem de posição, declarou Zelensky na quinta-feira.
Kiev busca há muito tempo a adesão à UE e implementou uma série de reformas nesse sentido desde a revolução pró-europeia de 2014. No entanto, o país ainda luta para erradicar a corrupção endêmica, um requisito fundamental para ingressar no bloco.
T.Álvarez--ESF